TRAGÉDIA QUE NUNCA ESQUECI
Estávamos
em dia de Domingo de Páscoa, de 1958. Foi encontrar-me com o meu primo Luís
Cordeiro, o Luís do Casal, precisamente no Casal Foz, para irmos a mais um bailarico,
precisamente no Toxofal.
Era
já noite, noite de chuva muito miudinha, género de poalha, firmamento bastante
enevoado, a equacionarmos se poderíamos romper de bicicleta.
Ali
na reentrância onde se situava a “taberna” do Maximino, dois motociclistas amigos
da então Vila de Peniche, por acaso, ali se encontram, já que ali na altura,
era um verdadeiro entreposto, onde desemboca a estrada que vem do Bombarral,
naquela que vai de Lisboa a Peniche.
Tudo
bem, houve conversa de confraternização. A certa altura, um dos amigos seguiu
viagem e despediu-se afavelmente, como é óbvio.
Embora
com o tempo enevoado, a atmosfera parecia rota, o som do motor ouvia-se, até
que deixou de se fazer sentir. Afinal o veículo tinha avariado, logo ao passar
o Casal do Veríssimo.
O
condutor desmontou e tentou remediar a avaria. Entretanto o outro amigo partia
também rumo a Peniche. Eu e meu primo ainda estávamos por ali, quando ouvimos
um estrondo, desde logo pensamos em desastre.
Só
um pouco depois soubemos o que de facto se passara:
-
foi então que soubemos que o segundo motociclista, embateu no amigo, que
tentava remediar a avaria, causando-lhe a morte, porque então não fora ainda decretado a sinalização
luminosa para estes casos.
Eis
como se deu uma tragédia, na estrada, entre amigos, que ainda hoje, ao recordar
impressiona.
Daniel
Costa