quinta-feira, 29 de novembro de 2018

DIA DE SANTA MARIA


A imagem pode conter: 1 pessoa, a sorrir, em pé e sapatos


DIA DE SANTA MARIA

A 2 de Fevereiro, o calendário litúrgico menciona ser o de Santa Maria.
Sempre, o dia me traz recordações, que permanecerão por toda a vida.
A primeira, senão a principal, é ser o dia de anos do pai, no tempo em que este era a figura principal da família, no caso, numerosa família. Quando o pai falava toda a gente para o escutar, sempre assim foi.
Falecido este, bastante novo a ideia da autoridade estava implantada, os filhos nem todos, tinham constituído família.      
Sendo eu o mais velho, devido à existência de alguns bens, que a mãe pensou em dividir por inteiro, anunciou nada fazer sem o meu parecer, visto ser o mais velho, por conseguinte, representava o pai.
Tudo obedeceu e tudo correu como a mãe previra, como se fosse o casal a resolver. Aliás a mãe dizia que me atribuía o estatuto de cabeça de casal, por ser o mais velho. Aqui para nós, terei sido sempre o preferido.
Ao contrário do pai e porque não dizê-lo? De toda a família paterna!
Depois lembro-me, de ainda em garoto, a mãe boa cozinheira, para os anos do chefe ter feito um arroz de bacalhau, que apresentou à ceia (jantar). Pareceu-me ter ficado tão, tão saboroso, a ponto de jamais me ter esquecido. 
Depois outra questão, tendo o pai o nome de José, não terá a ver com o ter nascido no dia de Santa Maria?        
Havia um certo uso, de aplicar nomes aos filhos, dos santos do seu dia de nascimento,  acontece que o pai teve dois tios eclesiásticos.                       
Recordo-me, ser o dia da festa de S. Bartolomeu,  hoje com o acréscimo dos Galegos, conforme sinal de Direcção à saída da Lourinhã, concelho a que pertence.    
S. Bartolomeu, festejava a sua padroeira. À festa profana lá fui duas vezes ao baile, também motivado por um amigo natural da freguesia, que deixei de ver pelo já não me ocorre o nome. Lembro-me de ser irmão de um rapaz a quem tinha falecido a namorada (namorada à maneira do tempo).
Era boa gente, Só podia, para o considerar amigo, só podia ser. Encontrávamo-nos quase todos os Domingos, nos variados bailes, que ia havendo por todas as aldeias, como no Toxofal frequentes, e outros dispersos, normalmente por todo o concelho de Lourinhâ.
A frase de cumprimentos, invariavelmente era seguinte:      
- "Pá… és como o arroz doce, vais a todas!"       
Termino com aquele ditado, que era ao mesmo tempo uma espécie de prevenção:
- “Um dia… é dia de Santa Maria.”

Daniel Costa


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