HORTA NO ARNEIRO
Apesar do meu desenraizamento, porque Lisboa teve sempre lugar de destaque nos meus anseios e velhos sonhos a Bufarda, aldeia do Oeste, onde nasci e me criei não pode ser esquecida.
Tanto assim é, que a tenho referido em vários artigos do "JORNAL DA AMADORA", sendo-lhe um dedicado, especialmente.
As vezes que por lá passo são inferiores às recordações guardadas e que, aos poucos espero publicitar, mais como aventuras, já que procuro acompanhar os tempos modernos, com eles delicio-me
Por volta dos dezoito anos, olhando a courela do Arneiro com bastante água, de restolho no Verão. Ao invés de produzir continuamente, explorando-se a riqueza da água, parece ter entrado no desinteresse do pai.
Assim propus, primeiro ao meu irmão criar ali, de novo a horta a dar que falar.
Este disse:
- Vê lá em que te metes!..
- O pai não vai gostar!...
- Como resposta obteve:
- Ele não vai saber!
De seguida falei do projecto à mãe, que sem delongas se entusiasmou.
Resultou um convénio:
- Produtos da horta:
- O que fosse necessário para, a
família.
- Verba a realizar:
- Metade para a casa a outra parte dividida entre mim e o meu irmão.
- Verba a realizar:
- Metade para a casa a outra parte dividida entre mim e o meu irmão.
A horta perante o pai seria clandestina
e seria trabalhada nas horas vagas, que tinha de incluir os próprios dias de
Domingo.
Naquele Verão, conseguira trabalho sazonal no arranjo da estrada, Lourinhã – Ribamar, o que facilitava, visto o trabalho ser de oito horas, em lugar do sol a sol
Sobrava tempo útil para tratar da horta!
Tudo estava a dar certo, parece que tudo era bem orientado, até que num certo Domingo, numa das tabernas locais, que na altura vendiam de tudo e os homens se encontravam, para confraternizar, beber uns copos e tratar de assuntos, o pai foi abordado por alguém com a conversa seguinte:
- Zéi a tua horta do Arneiro está a ficar um espanto.
Espantado e admirado ficou o Zéi, mas pelo sim pelo não, depressa foi agarrar a habitual enxada e de imediato deu uma saltada à fazenda.
De facto, estava já a apreciar um belo panorama hortícola, numa propriedade sua sem disso se ter apercebido.
Entusiasmado com o que viu, entrou de colaborar sem recriminações. A partir daí, era o primeiro colaborador
No Domingo seguinte pressuroso, foi fazer a habitual rega.
Eu a ver gostosamente e a descartar-me dessa obrigação.
Só à ceia (ao tempo era assim designado o jantar), o pai ufano disse:
Naquele Verão, conseguira trabalho sazonal no arranjo da estrada, Lourinhã – Ribamar, o que facilitava, visto o trabalho ser de oito horas, em lugar do sol a sol
Sobrava tempo útil para tratar da horta!
Tudo estava a dar certo, parece que tudo era bem orientado, até que num certo Domingo, numa das tabernas locais, que na altura vendiam de tudo e os homens se encontravam, para confraternizar, beber uns copos e tratar de assuntos, o pai foi abordado por alguém com a conversa seguinte:
- Zéi a tua horta do Arneiro está a ficar um espanto.
Espantado e admirado ficou o Zéi, mas pelo sim pelo não, depressa foi agarrar a habitual enxada e de imediato deu uma saltada à fazenda.
De facto, estava já a apreciar um belo panorama hortícola, numa propriedade sua sem disso se ter apercebido.
Entusiasmado com o que viu, entrou de colaborar sem recriminações. A partir daí, era o primeiro colaborador
No Domingo seguinte pressuroso, foi fazer a habitual rega.
Eu a ver gostosamente e a descartar-me dessa obrigação.
Só à ceia (ao tempo era assim designado o jantar), o pai ufano disse:
Uma horta daquelas, se não fosse eu, ao
Domingo ninguém se lembrava de a regar. Era uma recriminação amigável, mas o
gozo que isso dava, tinha de ser refreado.
A horta pode dizer-se como agora, era biológica
- O terreno foi enriquecido com estrume, que levávamos do quintal, aos ombros em cestos de verga. O próprio terreno estava um mimo.
Eram partes de vazias e de imediato cobertas com nova produção. Havia de tudo o que se gastava ou transaccionava.
Até que, fui cumprir o Serviço Militar e pensava ter construído, com a horta um prazer enquanto eficaz meio de rendimento.
Qual quê?
- Faltou o animador e apesar de terem ficado dois seguidores, apenas foi gerido o que estava em processo de imediato desenvolvimento.
De resto adeus horta!
Confesso a minha total desilusão, acentuando mais o meu desejo de recomeçar vida nova a trabalhar em Lisboa.
A partir daí, deixar rapidamente a Bufarda foi o cumprir do sonho enquanto antídoto.
Daniel Costa
A horta pode dizer-se como agora, era biológica
- O terreno foi enriquecido com estrume, que levávamos do quintal, aos ombros em cestos de verga. O próprio terreno estava um mimo.
Eram partes de vazias e de imediato cobertas com nova produção. Havia de tudo o que se gastava ou transaccionava.
Até que, fui cumprir o Serviço Militar e pensava ter construído, com a horta um prazer enquanto eficaz meio de rendimento.
Qual quê?
- Faltou o animador e apesar de terem ficado dois seguidores, apenas foi gerido o que estava em processo de imediato desenvolvimento.
De resto adeus horta!
Confesso a minha total desilusão, acentuando mais o meu desejo de recomeçar vida nova a trabalhar em Lisboa.
A partir daí, deixar rapidamente a Bufarda foi o cumprir do sonho enquanto antídoto.
Daniel Costa
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