quarta-feira, 19 de setembro de 2018

HISTORIETAS

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HISTORIETAS

Andaria pelos meus doze anos, não mais, lá na terra era muito atento como sempre viria a ser.
No entanto havia muito respeito, por parte dos adultos, em relação a crianças ou mulheres.
As conversas um pouco mais picantes, como certas anedotas, passavam-se apenas nas tertúlias de Domingo à tarde, nas tabernas, entre homens.
Os rapazolas da minha idade eram imediatamente afastados, até porque nem tinham idade para as frequentar.
Porém a minha, então débil estrutura, dava para entrar no grupo e não sei como, teimava fazendo-me passar despercebido, ouvia tudo e interessava-me pelas conversas dos adultos.
Em breve era jeitoso a contar histórias e anedotas, então começara a ser chamado, quando aparecia o conhecido Berra, ou seja, o senhor Francisco José do Vale, o nome que ele próprio fazia questão de declinar.
Normalmente, quando aparecia o Berra, como um bom mestre sapateiro, vinha de fazer entregas de trabalhos, em aldeias vizinhas, onde bebia uns copos.
Então era vê-lo prazenteiro a contar saborosas histórias, bastantes que ele próprio tinha inventado, para o seu reportório, que se compunha das mais variadas.
Achava-o um sucesso, tão elevado, que eu próprio, ainda o vejo desfilar, ao imitar os seus trejeitos.
Em resumo, passei a actuar contracenando com o célebre sapateiro.
Tinha decorado muitas anedotas e histórias, juntava um certo jeito para as contar, que mais tarde perdi, talvez porque outras vidas passarem a ocupar o meu espírito.
Numa homenagem ao grande Francisco José do Vale, de quem fiquei admirador. Vou deixar duas, muito dele e que nunca esqueci. Uma é mais história, que anedota e tem algo de picante, com apenas uma palavra menos própria, repetida, Começa em F, mas que substituirei por LIXA porque, jamais me habituei a soltar palavras menos próprias.



HISTÓRIA:
 
Noutro tempo um lavrador que tinha três filhas, aquilo a que se poderiam chamar de estampas, contratou um criado para trabalhar nos seus campos agrícolas.
O criado era novo e esbelto. Era necessário levar-lhe o almoço, a tarefa recaiu numa das ingénuas filhas.
Era Verão e esta foi encontrá-lo nu, deitado de rabo para o ar.
Face à admiração, o criado disse que estava a apanhar banhos de sol, que eram de uma grande suavidade.
A rapariga ficou entusiasmada e disse que também queria.
Depois de deitada o criado disse:
- As mulheres têm dois furos, o sol entra num e logo sai pelo outro.
Só tapando um buraco, este se fixa!
O pobre do rapaz lá teve de tapar um, para que tudo desse certo.
A felicidade foi máxima.
Chegada a casa contou uma irrmã o sucedido, esta curiosa disse logo:
- Amanhã vou eu levar o almoço ao nosso criado!
A cena repetiu-se com muito agrado desta,
Tão satisfeita ficou, que logo disse à terceira irmã.
A mesma coisa:
- Amanhã levarei eu o almoço ao nosso criado.
Nova grande satisfação!
Passados nove meses, todas as rapariga, começaram a ficar agoniadas.
Os pais acharam por bem chamar o médico.
Ainda era o tempo, que estes, se deslocavam a cavalo.
O médico prendera o seu à entrada.
À saída não o encontrou, então retrocedeu e perguntou:
- Como se chamava o vosso criado?
Respondeu o pai:
- Lixa três!
Pois, agora fica a chamar-se lixa quatro!
Lixou cada uma das suas três filhas, que vão ter um filho cada uma e lixou-me a mim, que me roubou o cavalo!



A SEGUNDA É UMA ANEDOTA DO SEU ESPÍRITO INVENTIVO:

- Um dia, na época pascal, resolvo ir fazer a confissão de desobriga da Páscoa, mostrei não saber nada de religião.
Pergunta do padre:
- Sabe ao menos quem é Deus?
Sei Senhor padre!
Deus… Sou eu!
Como assim?
Indagou este!
É que a minha Cristina todos os dias, ao deitar, reza assim:
- Com Deus me deito e com Deus me levanto.
Ora ela deita-se sempre comigo!...


Daniel Costa

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